Fui ao Seminário de Trabalho Decente, promovido pelo MTE, como parte da tarefa de defender os trabalhadores que represento, pois estou na diretoria de algumas entidades - SINDECON-DF, FENECON (ambas da profissão de Economista), SINAEG e ASSMDA (servidores públicos federais).
O presidente do Sindicato Nacional dos Engenheiros, Arquitetos, Economistas, Estatísticos e Geólogos (Sinaeg) e Diretor Nacional da ASSEMDA, Flauzino Antunes Neto, representou a CGTB no I Seminário de Promoção de Política Nacional do Emprego e Trabalho Decente da região Centro-Oeste, em Brasília, no dia 7 de outubro. O evento contou na abertura com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Rider.
Manoel Dias anunciou que vai discutir com a sociedade civil a implementação de um sistema único de emprego no país, que vai substituir o atual Sistema Nacional de Emprego (Sine). "Vamos discutir com a sociedade civil a criação de um sistema nos moldes do sistema único de saúde e da assistencial social. A intenção é que ao fim do dos cinco seminários que vamos realizar em todo país, possamos apresentar a proposta de um novo Sine, que responda a necessidade do mercado de trabalho", disse o ministro
A proposta, segundo o ministro, é que o novo Sine absorva novas atividades e seja o protagonista da política de intermediação de mão-de-obra no país. "Vamos reestruturar o sistema e para isso estamos ouvindo a sociedade, por meio dos seminários tripartites que vão acontecer em todas as regiões. O sistema precisa de uma reforma para recuperar o seu protagonismo e não queremos fazer isso sozinhos e sim ouvindo a sociedade", afirmou Manoel Dias.
Na sua intervenção Flauzino Neto colocou que é "a política de juros altos e de superávit primário tem prejudicado trabalhadores e empresários, impedindo o crescimento econômico e sufocando o crescimento da indústria e do setor produtivo".
"É grande a disputa dos trabalhadores e empresários nacionais com banqueiros, que estão sendo beneficiados com o dinheiro que está sendo alocado do Orçamento para o superávit primário. Com o país destinando todo ano R$ 239 bilhões para o pagamento de juros aos nossos credores, faltam recursos para as questões de apoio ao trabalhador, como o Sine", disse Flauzino.
O dirigente sindical defendeu "a regulamentação da Convenção 151 da OIT (que dispõe sobre o direito a negociação coletiva, organização e custeio das entidades sindicais e a greve no serviço público) para combater os problemas que atingem os trabalhadores do setor público que sofrem com assédio moral e falta de estrutura".
"Um exemplo: não tem uma política definida de pagar vale-transporte para todos os trabalhadores do setor público. O auxílio transporte é insuficiente e o trabalhador às vezes precisa pagar para ir trabalhar", indicou Flauzino.